Anestesia Geral

Por João Henrique Araújo CRM/SC 15966
Anestesiologista Hospital São João Batista e Hospital da Unimed de Criciúma – SC

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Se você necessitar de cirurgia no futuro, certamente precisará de anestesia para realizá-la.

Existem vários tipos diferentes de anestesia. A que você precisará depende do tipo de cirurgia que você sofrerá e do seu estado de saúde. Alguns procedimentos cirúrgicos necessitam apenas de uma injeção de anestesia local na área da incisão. Outros não podem ser realizados se você não estiver completamente anestesiado. Seu anestesiologista lhe dirá qual o tipo de anestesia que você precisa. A anestesia geral pode ser administrada como um gás inalado ou um líquido injetado. A maioria dos adultos são primeiramente anestesiados com anestésicos líquidos intravenosos, depois quando já estão dormindo com gases anestésicos. As crianças, entretanto, não gostam de injeções ou cateteres intravenosos sendo inseridos enquanto estão acordadas, por isso são anestesiadas com gases. Existem vários medicamentos e gases que podem ser combinados ou utilizados sozinhos para produzir a anestesia geral.

Quando o anestésico atinge a corrente sanguínea, os medicamentos que afetam o cérebro passam através de outros vasos sanguíneos e órgãos de maneira que eles também são afetados. Se está se preparando para uma cirurgia que exige anestesia geral, geralmente você conversará com o anestesista sobre seu histórico médico. Isso é importante porque pessoas com determinadas condições podem exigir cuidados especiais sob anestesia – um paciente com pressão arterial baixa pode precisar de uma dose de efedrina, por exemplo. Pacientes alcoólatras ou usuários de drogas também tendem a reagir de forma diferente à anestesia. Também na consulta serão respondidas suas dúvidas e orientações pré-operatórias como o jejum, por exemplo. Recomenda-se jejum absoluto várias horas antes da cirurgia, já que sob anestesia geral, é possível aspirar ou respirar os conteúdos do estômago. Adicionalmente pode ser prescrito um ansiolítico pré-operatório para diminuir seu nível de ansiedade.

Dados recentes do relatório Vital Health Report, pesquisa trimestral feita pela Sociedade Americana de Anestesiologia, revelam que até 25% dos pacientes adiam uma cirurgia por receio de algum risco relacionado à anestesia e mais de 75% expressam preocupação em relação ao procedimento. Os grandes medos são acordar durante a cirurgia ou não acordar após a operação. Não deveria haver motivos para pânico, afinal, a segurança do procedimento é cada vez maior e as taxas de mortalidade relacionadas à anestesia caíram drasticamente nos últimos 25 anos: de um óbito por 5 mil anestesias administradas para um óbito para 300 mil nos dias atuais, de acordo com a Sociedade Americana de Anestesiologia. Quando acontecem, as causas estão relacionadas a problemas cardíacos e respiratórios.

Nas últimas três décadas houve um impressionante desenvolvimento na anestesia, principalmente na monitorização e uso de novas drogas. Para se ter uma ideia, durante uma cirurgia o Anestesiologista pode monitorizar sua pressão arterial, temperatura, respiração, oxigenação, uso de ECG contínuo e monitorização cerebral (nível de consciência), e a qualquer variação de 5% ou 10% pode intervir. As drogas usadas na atualidade possuem uma grande potência com um ótimo perfil de metabolização, isso quer dizer que elas podem assegurar que você não irá sentir dor durante o procedimento e o logo que desligada sua administração você poderá acordar. A título de curiosidade o remifentanil uma das drogas mais usadas na atualidade, e que serve pra tirar o estímulo doloroso durante a cirurgia é 500 vezes mais potente que a morfina, porém, tem um duração ultra curta (5 minutos).

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