Julho Amarelo: mês de combate e prevenção às Hepatites Virais.

    Julho é o mês de conscientização das Hepatites Virais. Em 2010, a Organização Mundial de Saúde (OMS) determinou o dia 28 de Julho como o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais.

    A hepatite viral se trata de uma doença infecciosa e silenciosa que ataca o fígado, na maioria das vezes não apresentando sintomas, mas se não descoberta e tratada a tempo, pode se agravar ao longo dos anos, causando alterações graves e irreversíveis ao fígado, como: fibrose e cirrose. 

    A Hepatite Viral costuma ter sintomas que deixam a pele e olhos amarelados, por isso o nome “julho amarelo”, para simbolizar a luta e prevenção contra a doença.

    Existem diversos tipos de Hepatites Virais: A, B, C, D e E. Todas elas apresentam sintomas e gravidades diferentes. As B e C costumam ser mais comuns no Brasil, têm características crônicas, podendo levar ao desenvolvimento de câncer hepático à falência do órgão. 

    Na maioria dos casos a doença age de forma silenciosa, quando está em estágio mais avançado, a Hepatite Viral tem sintomas, como: 

• Febre;
• Fraqueza;
• Mal-estar;
• Dor abdominal;
• Enjoo/náuseas;
• Vômitos;
• Perda de apetite;
• Urina escura;
• Icterícia (olhos e pele amarelados);
• Fezes esbranquiçadas.

    A patologia causa 1,4 milhões de mortes anualmente pelo mundo, seu diagnóstico pode ser feito de forma rápida para os tipos B e C, através de testes oferecidos pelo SUS. É muito importante neste processo de diagnóstico as consultas de rotina a médicos e dentistas, que ajudam no diagnóstico clínico sobre suspeita de qualquer sintoma.  

    O papel do dentista na prevenção de patologias bucais é essencial, podendo o profissional estar atento à saúde do paciente como um todo e orientá-lo caso tenha a percepção de qualquer alteração significativa em sua saúde bucal. 

A importância da odontologia no diagnóstico da Hepatite Viral.

    Você sabia que o odontólogo pode ser o responsável pelo diagnóstico inicial da Hepatite C, por exemplo?

    Ao realizar um detalhado exame clínico da cavidade bucal do seu paciente, podem ser visualizadas lesões brancas em formato de estrias ou retículos, cujo o diagnóstico será de líquen plano, um distúrbio mucocutâneo imunologicamente mediado que pode se manifestar na pele do corpo ou na cavidade bucal.

    Esta patologia pode acometer diversas regiões da cavidade bucal, dentre estas, a mucosa jugal, a gengiva, o dorso da língua, a mucosa labial e o vermelhão do lábio.

    São lesões que apresentam-se isoladas, mas, na maioria das vezes bilateralmente, ou por toda a cavidade bucal. São queratósicas (de aspecto esbranquiçado) e podem atrofiar e erosionar com o passar do tempo.

    Em suma, a importância do diagnóstico destas lesões pelo cirurgião dentista, pode ser a suspeita da presença de Hepatite C no organismo do paciente e, também, algumas lesões podem ter o aspecto clínico similar do câncer carcinoma de células escamosas (leucoplasia esbranquiçada), então, nesta situação, a realização de uma biópsia parcial ou total, dependendo do tamanho da lesão diagnosticada, será de fundamental importância para a conclusão do diagnóstico. 

Como se prevenir da Hepatite Viral?

    A melhor forma de prevenção é a realização de acompanhamento médico de rotina, isso inclui odontológico. Desta forma é possível ficar atento sobre o olhar clínico à qualquer alteração do seu organismo, realizando diagnóstico precoce e conduzindo a um tratamento para a cura e controle da patologia, antes que ocorra o agravamento da doença. 

    Alguns fatores potencializam a possível contaminação da Hepatite Viral, por isso caso tenha passado por alguma das situações descritas abaixo, procure realizar o teste e ir a um médico:

• Contágio sanguíneo: caso tenha tido contato com pessoas infectadas através de possíveis cortes ou perfurações, com: agulhas, alicates, lâmina de barbear e outros. (B, C e D)

• Contágio sexual: realizou sexo sem proteção com alguém infectado pelo virus. (B, C e D)

• Contágio por via oral e fecal: pessoas que são expostas a condições precárias de saneamento básico e higiene. (A e B)

• Contágio materno: mães infectadas podem passar para seus bebês durante a gravidez, parto ou amamentação. (B, C e D)

    Caso tenha passado por alguma situação citada acima, procure imediatamente um serviço médico e realize o teste.