Alterações das fibras musculares da mastigação após a aplicação de toxina botulínica

Tsai CY e colaboradores, do Colégio de Medicina Dentária da Universidade de Medicina de Taipei, em Taiwan, analisaram as mudanças histológicas que a aplicação de toxina botulínica produz nas fibras musculares dos músculos da face, mais especificamente em dois músculos importantes da mastigação: o músculo masseter e o músculo temporal.

Os pesquisadores alertam para dois fatos comprovados em sua pesquisa:

1) Mesmo quando aplicadas com finalidades estéticas, as injeções de toxina botulínica reduzem o tamanho do músculo porque diminuem o volume das fibras musculares, entretanto reduzem automaticamente também, em grande quantidade, uma porcentagem de fibras musculares do tipo II a, as quais possuem propriedade antifadiga; enquanto aumentam, em grande quantidade, a presença de fibras musculares do tipo II b, as quais possuem a propriedade de rápida contração como as fibras do tipo II a, mas sem a propriedade antifadiga (cansaço).

2) A aplicação de toxina botulínica em somente um músculo causa uma hiperatividade nos músculos nos quais não houve a aplicação, ou seja, alguns músculos irão trabalhar mais para compensar a diminuição da atividade do músculo no qual a toxina botulínica foi aplicada. Isto poderá causar um aumento de volume e dores indesejáveis em um local que antes não era motivo de queixa para o paciente.

Este estudo vem a reforçar o quanto temos que ser cautelosos quando da aplicação de toxina botulínica na face dos nossos clientes, pois efeitos colaterais indesejáveis podem ocorrer mesmo quando utilizamos toxinas de qualidade, aplicadas nos locais corretos, previamente estudados e estipulados por outros pesquisadores.

O efeito na fibra muscular trata-se mesmo de uma reação natural quando da aplicação de toxina botulínica, tornando ainda mais imprescindível um correto diagnóstico antecedendo sempre a indicação dessa toxina.