Parestesia (formigamento / dormência) na face após acidente ou agressão física.
A parestesia é uma neuropatia (doença que acomete o nervo) que causa dormência e formigamento na região do nervo afetado. Ela pode ter muitas etiologias (causas), mas, no caso de parestesia na face que ocorre após algum acidente ou agressão física, a etiologia pode residir em quatro possibilidades:
- Compressão do nervo somente devido ao edema (inchaço) das células inflamatórias liberadas pelo organismo após o traumatismo;
- Compressão do nervo pelo traço da fratura óssea;
- Rompimento parcial do nervo no momento do traumatismo;
- Rompimento total do nervo no momento do traumatismo.
Pois, um artigo publicado no European Review for Medical and Pharmacological Sciences, em Novembro de 2023, o autor Boljevic T. e colaboradores, da Universidade de Montenegro, situada na capital Podgorica deste país do Leste Europeu, comprova que há diferença estatisticamente consideráveis na presença de complicações após o tratamento conservador ou cirúrgico das fraturas na face.
Eles citam: ” Há uma redução significativa no número de pacientes com complicações, tais como: parestesia, má oclusão, assimetria facial e limitação da abertura bucal que são submetidos ao tratamento cirúrgico ao invés do tratamento conservador. Devido ao reposicionamento dos fragmentos ósseos da fratura, o nervo fica livre da pressão que existia pelo deslocamento do osso. O processo cicatricial, então, contribui para uma recuperação da função nervosa e, consequentemente, para uma redução da parestesia após o tratamento cirúrgico.”
Este raciocínio foi estatisticamente comprovado também para todas estas três complicações: má oclusão, assimetria facial e limitação da abertura bucal. Todas estas complicações são eliminadas ou muito mais minimizadas após optarmos pelo tratamento cirúrgico e não pelo tratamento conservador (não fazer nada).
fonte: https://www.europeanreview.org/wp/wp-content/uploads/11073-11081.pdf
Lembrem-se: a decisão cirúrgica ou não cirúrgica (tratar a fratura com cirurgia ou de forma conservadora (não fazer nada)) deve ser sempre tomada após a visualização de um exame de imagem (o ideal que seja a tomografia computadorizada) que comprove a existência da fratura e que coexista com complicações presentes logo após a agressão ou acidente, dentre estas, a parestesia, a má oclusão, a assimetria de face e a limitação da abertura bucal. Na coexistência destas duas situações (fratura na tomografia e sinais e sintomas relatados e apresentados pelo paciente) sabe-se que, comprovadamente, a intervenção cirúrgica para a redução da fratura (correção do posicionamento ósseo) é a melhor maneira de minimizar ou eliminar completamente as sequelas após o trauma provocado pelo acidente ou pela agressão física.